Composta pela aldeia de Parambos e pelos lugares de Misquel, S. Pedro e Venda Nova, a freguesia situa-se na margem esquerda do rio Tua, em ambiente físico de grande beleza.

O curioso nome da freguesia relaciona-se com o português antigo. Segundo Pinho Leal, Paramo significava “lugar, povo, quinta, casal ou herdade que tinha os privilégios de honra, por nele se haver criado aos peitos de alguma mulher casada, o filho legítimo de um rico-homem, ou fidalgo honrado. Era este um dos grandes abusos que os fidalgos cometiam, e que se opunham aos interesses do estado”.

O abade de Baçal tem, no entanto, uma teoria diferente e coloca a hipótese, entre outras, de Paramos (Paramio) significar campo inculto e desabitado.

Em redor da sua fundação, “gravita” uma teoria segundo a qual uma praga de formigas teria obrigado os seus habitantes a abandonar Santa Marinha, o local de origem da povoação, e a deslocar-se para o sítio onde se encontra hoje. Trata-se duma lenda, igual a tantas que por esse País fora continuam a circular, que infelizmente ainda é adoptada como verdadeira nos nossos dias, por autores que deveriam distinguir convenientemente a realidade da lenda: “a formiga branca, terrível térmita que tudo devora e se alimenta da celulose concentrada na madeira, é irresistível e, daí, a impotência e o desespero dos habitantes da antiga Parambos”.

Parambos foi uma vigararia da apresentação da nutum do reitor de Linhares, tendo posteriormente passado a reitoria. Tinha de rendimento anual oito mil e seiscentos réis, quantia que, embora muito diminuta, era completada com o rendimento do pé-de-altar.

Do século XVIII é uma excelente pedra de armas que se encontra numa das mais importantes casas senhoriais da freguesia. Apresenta as armas dos Ferreiras.

 

Personalidades

Várias figuras da freguesia alcançaram posições de prestígio e mérito, com especial destaque para João José de Freitas. Nascido no lugar de Misquel em 28 de Maio de 1873, doutorou-se em Direito e foi professor, deputado e senador, tendo sido o primeiro governador civil do distrito de Bragança. Foi morto com um tiro de carabina, dentro do comboio que no dia 15 de Maio de 1915 transportava do Porto para Lisboa o indigitado chefe do Governo João Pinheiro Chagas, pois na véspera rebentara mais uma revolução em Lisboa que punha termo ao governo de Pimenta de Castro. A fatídica espera deu se no Entroncamento. João de Freitas entrou no comboio, percorreu as carruagens onde viajava o potencial chefe do novo Governo e desferiu quatro tiros de pistola que o atingiram de raspão na cabeça e lhe arrancaram um olho, ficando impossibilitado de formar Governo. O deputado transmontano foi, entretanto, dominado pelo Dr. Paulo José Falcão, que viajava com Chagas e o entregou-o à GNR, que entretanto acorreu. João de Freitas, mostrando a fibra de que era feito, ainda tentou fugir e pegar, de novo, na pistola, mas acabou atingido por um tiro de carabina da GNR.

Na freguesia nasceu também Manuel de Morais Magalhães Borges, fidalgo da casa real que se notabilizou ao escrever sobre a terra. Deixou uma obra fundamental sobre o concelho, "Notabilidades Antigas e Modernas da Vila de Ansiães".

Existe também uma lenda que refere a passagem pela terra do arcebispo de Braga, D. Frei Bartolomeu dos Mártires, que terá abençoado a água duma fonte que hoje, dizem os populares, mantém propriedades milagrosas.